Somos todos crianças no planeta água

O mergulho, por si só, já é uma atividade que nos encanta, mas ver bebês de poucos meses de vida mergulhando e nadando é algo fantástico!

No início, cheguei a pensar que precisaria ensiná-lo a mergulhar, mas o bebê já nasce sabendo! Foi assim com o meu pequeno Augusto.

Depois de passar tantos meses suspenso no líquido uterino, os bebês desenvolveram uma afinidade natural pela água de tal forma que flutuar em uma piscina quentinha lhes parece muito mais familiar do que pisar em terra firme.

Muitos defendem a tese de nossa origem ser aquática por mostrarmos, desde o nascimento, características que mais nos assemelham aos mamíferos marinhos do que aos terrestres.

Assim como os mamíferos aquáticos, os seres humanos nascem com adaptações necessárias para passar períodos debaixo da água.

É o reflexo de imersão, uma reação fisiológica desencadeada pela imersão do corpo na água, que reduz os batimentos cardíacos e provoca vasoconstrição, fazendo com que o organismo reduza o consumo de oxigênio e otimize a sua entrega para os órgãos vitais.

Outro reflexo, ou resposta involuntária, que ocorre nos bebês, acontece na região da laringe (chamado também de bloqueio de glote), no qual ele instintivamente prende a respiração e não inala água.

A própria posição da laringe é um fato curioso. Enquanto em quase todos os mamíferos terrestres a laringe se localiza no interior da cavidade nasal, nos seres humanos a laringe fica na garganta, assim como acontece com as baleias e golfinhos, o que lhes permite fechar a traquéia durante o mergulho.

Nosso corpo sem pêlos também indica isso. O homem primitivo teria perdido progressivamente sua pelagem para se locomover melhor no ambiente aquático, diminuindo o atrito e aumentando a velocidade, assim como aconteceu com os mamíferos aquáticos.

Os humanos também são os únicos mamíferos capazes de controlar a própria respiração, de forma voluntária. Segundo especialistas, essa é uma característica que só se desenvolve em animais nadadores.

Acreditando nessa origem aquática, decidimos levar nosso bebê para um encontro com a piscina, nessa nova vida fora do útero. Da primeira vez que entrou na água, nem percebeu que estava lá… continuou dormindo.

É claro que o bebê não vai para a água somente para mergulhar, ele também revive e melhora sua natação, cujos benefícios vão muito além da piscina.

Por isso, na sequência, procuramos um profissional para orientar melhor os primeiros passos neste retorno ao ambiente aquático e à natação. Encontramos o professor Carlos Ernesto, mais conhecido por Dani Natação.

O método Dani Natação procura respeitar os interesses de cada conjunto (bebês e responsáveis) permitindo que cada um procure executar as atividades que mais lhes atraem e, ao mesmo tempo, proporcionar segurança (muitos bebês, a partir dos 30 meses de idade, já sabem nadar e levantar a cabeça para respirar).

São inúmeros os benefícios obtidos pela prática da natação infantil, saber nadar facilita muito as brincadeiras em águas de piscinas, rios e mares. Foi nesse ambiente seguro que nosso bebê deu seu primeiro mergulho.

Ao nadar, o bebê desenvolve a psicomotricidade, a coordenação, o equilíbrio e o conhecimento do espaço, adquirindo mais força muscular e um grande sentimento de independência e auto-confiança, que o ajudarão fora da água também, inclusive no caminhar.

Em virtude da perda da gravidade, a água propicia ao bebê uma variedade enorme de movimentos, exercícios suaves que, combinados com uma temperatura agradável do ambiente e da piscina, relaxam o bebê, estimulam o seu apetite, melhoram o sono e o humor.

É comprovada também a estimulação que a água provoca no intelecto, no sistema imunológico, no sistema cárdio, circulatório e respiratório.

O bebês desenvolvem, no meio aquático, habilidades vitais de sobrevivência, adquirindo maior capacidade de ultrapassar momentos difíceis, o que lhes permite tornarem-se adultos mais autônomos, seguros e sociáveis.

Enfim, não precisamos sequer acreditar na tese de nossos ancestrais aquáticos para constatarmos que, nosso maior presente no dia das crianças é devolver esses peixinhos para a água!

Fazendo isto, estaremos diante de seres humanos mais adaptados, mais humanos e integrados ao universo!

Este reencontro com a água, ao lado dos pais, trará benefícios para toda a vida e para todo o planeta azul.

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