Blog do Lawrence | Cada macaco no seu galho

Como estava contando no meu último post, tinha um problema pra resolver: Filmar macacos raros a 20 metros de altura numa floresta do Pará!

O segredo de qualquer expedição é escolher a combinação certa de equipe e equipamento. Modéstia à parte, em 20 anos de carreira, essa é minha maior especialidade!

Bastaram três telefonemas para eu fechar o time que iria levar minha equipe (eu e mais dois franceses, o co-diretor do projeto e um segundo cinegrafista) ao sucesso na missão aparentemente impossível.

O primeiro seria o mateiro paraense Juscelino (nativo da região e guia dos biólogos que pesquisaram macacos nas Reservas de Tucurui). Ele nos ajudaria a deslocar um cinegrafista por terra, sem se perder na mata fechada.

Com seu conhecimento, poderíamos antecipar o movimento/comportamento dos macacos e nos posicionar nos pontos em que havia visibilidade para a copa das árvores, antes dos bugios passarem ali.

O segundo, seria o escalador de arvores francês Olivier Jaudoin, radicado no Brasil e funcionário do INPA. Seu trabalho é garantir a segurança de pesquisadores, fotógrafos e cinegrafistas interessados em observar a fauna que vive na copa das árvores. Olivier iria construir plataformas a 15-20m de altura e me treinar pra subir, trabalhar e descer delas…

Confesso que no primeiro dia que terminei meu rapel e cheguei a plataforma (rústica), a 15m de altura, senti um pouco de vertigem. Entretanto a segurança é prioridade de Olivier e tanto nós dois, quanto todo equipamento, estava devidamente ancorado com cabos, ou seja, mesmo se todas tábuas da plataforma caíssem ao mesmo tempo, nós ficaríamos pendurados!

Ao chegar no topo, percebi que algo inacreditável estava acontecendo. Os bugios ficaram curiosíssimos com esses dois humanos na copa das árvores. No primeiro momento se afastaram, mas logo os macacos mais jovens vieram nos observar, garantindo imagens de close.

Ao longo de 10 dias me revezei com o Alex, o outro cinegrafista, entre caminhadas na mata com Juscelino e escaladas nas árvores com o Olivier. Aos poucos, fomos gravando todas as imagens que necessitávamos dos macacos e, de brinde, conseguimos cenas de aves, cobras, iguanas, insetos e outros primatas.

Não existe missão impossível para a equipe certa, desde que cada macaco fique no seu galho (risos).

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