Sinta-se Mormaii
Publicado em 04/04/2016

Surf Portugal entrevista Marco Giorgi

Após a entrevista de Marco Giorgi para a World Surf League, foi a  a vez da tradicional revista lusitana Surf Portugal procurar o uruguaio, interessada em saber mais sobre sua participação no evento Capítulo Perfeito, campeonato de tubos que possui período de espera até dia 17 de fevereiro e acontecerá nas famosas ondas de Nazaré.

 Acompanhe alguns trechos da matéria e saiba mais sobre a história desse surfista que arrebentou no Pipe Pro 2016 e está de olho em uma vaga no WCT para o ano que vem. 

O campeonato vai disputar-se num lugar identificado com o tow-in, mas acontece em tubos na remada. Que tipo de abordagem estás a fazer e que tipo de feedback tiveste para chegar a essas conclusões? 

Eu já sabia que a Nazaré dava altas ondas quando o mar está pequeno. Só que ainda estou na dúvida sobre que tipo de prancha usar. Tenho falado com alguns amigos portugueses para chegar a uma conclusão sobre o quiver. 

Num tempo em que os aéreos full rotations são a vanguarda do surf, que lugar pensas que os tubos ainda ocupam no imaginário do surfista? 

Penso que se não existisse o tubo no surf, 3/4 dos surfistas de hoje não existiriam. O surfista sonha com tubos dia e noite, o tubo é o auge e a maior busca de qualquer surfista. O aéreo é mais uma manobra que veio com a evolução do surf. O tubo sempre esteve ali pra ser surfado. 

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Marcando presença no Hawaii | Foto: WSL/ML

Pensas que sua participação em Pipeline pode ser uma vantagem para este campeonato, apesar de ser um pico completamente diferente? 

Sim, Pipeline me deu bastante confiança e creio que me botou nas atenções do mundo. Acho que chamei a atenção de muita gente que não me conhecia. Isso me deixou feliz. Não é de hoje que estou pegando esses tubos, mas o fato de ser reconhecido foi muito gratificante. 

Muitas pessoas desconhecem que competes pelo Uruguai. Outras tantas desconhecem que passas grande parte da tua vida no Brasil. Explica-nos um pouco esta história da nacionalidade. O que te liga ao Uruguai e ao Brasil? 

Nasci no Uruguai. Cresci numa cidadezinha pequena que tem boas ondas nos seus dias certos. Meu pai é um dos primeiros surfistas do Uruguai e então eu já nasci dentro do surf. Meu irmão mais velho foi campeão nacional uruguaio algumas vezes enquanto crescíamos, enquanto eu ganhava categorias de base. 

Com 11 anos, minha família resolveu se mudar para o Brasil por causa da crise de 99 na Argentina, que atingiu diretamente o Uruguai e o negócio do meu pai. Mesmo me mudando aos 11 anos para o Brasil, até aos 16 frequentei muito o Uruguai, correndo campeonatos e passando verões na minha cidade natal.

Porém, enquanto isso, estava crescendo no Brasil e evoluindo minha carreira por lá. O Brasil me deu todas as oportunidades de surf da minha vida, sou muito grato por isso. Se meus pais não tivessem se mudado para lá, eu jamais estaria onde estou. Ao mesmo tempo, no Brasil, fui aceito por muitas pessoas que me ajudaram e me botaram para cima, meu patrocinador foi um deles. 

Depois, comecei a competir e conhecer todo mundo no surf brasileiro. Sempre fui muito bem tratado e fiz amigos que levo até hoje. Então acho que não escondo nada: eu sou uruguaio, mas cresci no Brasil e tenho amigos em todos os lados.

Assista ao vídeo de Marco Giorgi para o Capítulo Perfeito

Para ler a matéria completa, acesse o site.

[Foto: WSL/Brian Bielmann]